Caçador Paraquedista

“CLICK!
O nosso coração parou e sustemos a respiração para não causarmos atrito numa situação embaraçosa, por distração do camarada que seguia ao meu lado, atrás do Kali, que farejava o trilho por onde tinham passado guerrilheiros há pouco tempo. Até a nós o cheiro daquele suor deles, tão característico, ainda estava presente. Possivelmente, se não fossem as árvores, avistávamo-los na nossa frente, a poucos metros de distância. Íamos preparados para uma emboscada, atentos ao barulho que faziam na caminhada lenta, por vezes mais apressados para depois pararem repentinamente. Também nos ouviam e deviam estar preparados se nos aproximássemos deles.

Andávamos a brincar às escondidas.

O cão senta-se, e eu dou sinal ao pessoal que nos seguia para pararem a marcha.

Entretanto, o camarada que me acompanhava deu mais dois ou três passos e pisou uma mina de descompressão, motivo do click quase mudo e tão assustador, e a razão do cão se ter sentado ao lado da armadilha que tinha detectado.

Ficou branco como a cal e eu, sendo o mais próximo, fiquei sem raciocinar, sustendo a respiração à espera de ouvir o barulho do rebentamento e ver uma perna ir pelos ares.”

 

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